Se Você Não Tiver Um Hobby, Terá Um Colapso

🦉 CFEC - Edição #024

Vivemos cercados por vozes que gritam urgência.

A produtividade se tornou virtude. A utilidade, obrigação. O repouso, quase um pecado.

Mas a alma, feita para o eterno, adoece nesse ritmo imposto. Ela clama por um espaço de refrigério, um intervalo em que possa simplesmente existir, sem ser medida, monitorada ou monetizada.

É nesse contexto que o cultivo de um hobby emerge como remédio.

Um gesto interior que, ao parecer leve, carrega profundidade. Pois quem se dedica, por exemplo, a colecionar coisas antigas, não está apenas organizando objetos. Está dialogando com o tempo, resgatando símbolos, treinando o olhar para o detalhe e a permanência.

Ao mundo, isso soa fútil. Ao espírito atento, é um pequeno altar doméstico onde se honra a presença.

Ter um hobby, hoje, é resistir à dissolução do eu. É lançar âncoras no invisível. É reencontrar, em meio ao caos, a batida serena do próprio coração.

Há um tipo de sabedoria que não se aprende nos livros, mas no silêncio de uma prática sem plateia.

É ali, no que o mundo despreza como inútil, que reencontramos o fio da nossa humanidade.

E, talvez, a sanidade que perdemos ao tentar ser tudo, para todos, o tempo todo.

Este artigo é uma pausa.

Uma convocação gentil a cultivar esse espaço sagrado onde o ser é mais importante que o fazer.

E onde um simples hobby pode se tornar caminho para a liberdade interior. Continue lendo.

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