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Quando Opinar é um Ato de Ignorância
🦉 CFEC - Edição #021

A internet abriu as comportas da expressão humana. Hoje, todos falam, opinam, manifestam juízo.
Mas quantos, de fato, ouviram antes de falar? Quantos tiveram suas palavras forjadas pelo silêncio, pelo estudo, pela convivência demorada com os grandes de espírito?
No meio desse novo coro, a opinião tornou-se um espetáculo de vaidade.
Em vez de brotar de uma consciência cultivada, ela se espalha como erva daninha em terreno inculto. O que ontem exigia décadas de meditação, hoje é substituído por frases ligeiras e certezas arrogantes.
No entanto, há algo sagrado em calar. O silêncio do não sabido é o ventre da verdadeira sabedoria.
Só quem reconhece a vastidão da ignorância está pronto para formar uma opinião que valha ser ouvida.
A formação de um juízo digno exige mais do que informação. Exige formação. Não aquela que vem de diplomas ou títulos, mas a que nasce do esforço interior, da leitura contínua, da humildade ativa. É essa formação que confere legitimidade ao que se diz.
Pois nem toda opinião é voz. Muitas são apenas eco. E em tempos de ruído constante, onde cada acontecimento vira tema de espetáculo, os verdadeiros adeptos da Filosofia retira-se para dentro.
Eles escolhem calar, não por covardia, mas por reverência ao que ainda não compreendeu.
Este texto é um convite. Um chamado ao leitor cansado do barulho e sedento de sentido. Vamos juntos refletir: quando falar? E sobre o quê? Pois até mesmo a opinião deve ser regida por sabedoria. Continue lendo.